domingo, 22 de fevereiro de 2015
Como a aranha ao frio…
Ali está à noitinha,
Na ombreira da porta.
Quietinha.
De patas atentas.
Alheia ao tempo,
Frio e gelado.
Fazendo de morta.
Batendo à porta.
Deixou-me passar.
Como um dinossauro gigante
Que convém respeitar.
Sabe que sua vida
Está na mão dele.
Gigante mansinho.
Lhe respeita a existência.
Por dentro,
Se sente uma aranha,
Tinindo de frio,
Com medos,
Buscando amparo
E o aconchego da casa.
Os seus dinossauros
Não passam por fora,
Vivem bem dentro.
Párias de fome,
Derramando pavores,
Por tudo e por nada.
Escondidos. Feras em tocas.
Entram na calada da noite.
Fazendo tremer.
Sufocam-me o ar,
Me sugam sedentos
E me deixam exangue,
Não me deixam viver,
Muito menos sonhar…
Ouvindo Lang Lang, com Chopin
Amanheceu cinzento e gelado
Berlin, 13 de Novembro de 2014
7h38m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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