sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

fragilidades...

As fragilidades…
Somos um aglomerado de partículas,
Muito frágeis,
Tal qual faúlhas.
Muito bem urdidas,
Numa densa renda.
Segundo uma lei.
Que é sua forma.

Um quadro belo
Dum rico artista.

Cheio de sombras.
E traços de cor.
Se vão transfigurando,
Como um céu estrelado.
Um mar azul.
Uma bonina extensa.
Uma brisa terna,
A faz dançar.
Qual bailarina,
Em braços de amor.
Gostamos de ver.
Gostamos de ser.
E dar nas vistas.
Nossas habilidades.
Brotam de nós.

Gostam de palmas.
Um banho de amor.
E o que é interessante.
São os de longe,
Os mais distantes,
Melhor sabem ver,
Admirar
E agradecer…
Os de ao pé
Só reparam nas sombras!...

Leda e doce madrugada reparadora…
Berlim, 26 de Dezembro de 2014
6h4m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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O hall é só passagem...
ninguém vive no hall.
por ele se passa ou se sai.
nele se deixa o superficial.
o que nos tapa do frio ou do sol.
o chapéu.
o casaco de fora.
o cachecol.
a bengala.
é tudo importante.
não essencial.
o que vale
anda connosco.
bem protegido.
dentro de nós.
nossa força.
nosso calor.
dele vivemos.
é como o ar.
para respirar.
é alimento.
serve-se quente.
tanto para a gente
ou quem está connosco.
é de partilhar.
lá dentro à mesa.
junto à lareira.
lá fora ao vento
com quem se encontre.
com quem se ama.
ao sabor da vida
que o tempo traz.
ficar no hall
é ficar sózinho
e tudo perder.
o computador.
o facebook.
o automóvel,
último grito,
uma longa viagem,
mesmo de sonho.
um curso brilhante.
uma boa carteira.
todo o poder.
serão apenas hall...
só uma passagem.
apenas miragem.
se não houver saúde.
se não há amor.
tanto lá fora
como cá dentro...

Berlin, 27 de Dezembro de 2014
6h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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