em qualquer idade,
os olhos têm o mesmo brilho
e o rosto o mesmo olhar.
encanecem os cabelos.
alguns podem voar.
as rugas se tresmalham
pelas faces,
em sinuosas linhas de água,
traçando o mapa da nossa vida.
marcando nossa escala.
adornando o nosso porto.
um recanto de encanto,
onde descansa o nosso mar.
reluz, dentro da alma,
uma noite bela de luar.
há constelações no firmamento,
das estrelas,
mais puras,
mais candentes
que brilharam só para nós.
há perfumes incandescentes
que ficaram dos jardins todos
por onde passaram os nossos passos
através de tantas primaveras.
há sabores e cheiros
de romãs maduras,
alfazemas e miosótis.
há clareiras expostas,
tão tranquilas,
onde o sol brinca alegre,
de manhã à noite,
como uma criança.
e há a paz duma vida inteira amando,
onde se aprendeu
o valor e a riqueza
do bem querer...
ouvindo Plácido Domingo...
Berlin, 20 de Fevereiro de Fevereiro de 2015
4h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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