quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

exaltação das cinzas...

exaltação das horas...

sopro para a fornalha que me arde dentro.
fico ao rubro.

brotam dos meus cabelos
volutas de fumo branco.
sobem e, esparsas,
se espalham e desfazem
em chuva ténue.

caem no chão e nas telhas dos telhados.

embranquecem como manta leve
em linho fresco.

se entranham dentro,
pelos olhos marejados.

descem ao peito,
em carinho e em abraços.

ateiam-lhes o fogo
e a fome eterna de amar...

Berlin, 19 de Fevereiro de 2015
8h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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