quarta-feira, 27 de novembro de 2019
Tardes de Inverno
Tardes de Inverno
São negras e pesadas as horas da tarde no inverno.
Falta-lhe a luz que torna leve a respiração do ar.
Esgotam a paciência dum santo, quanto mais, dum pecador.
Os olhos se fizeram para ver as cores.
Não para as ver dormir.
Faz falta o movimento e o esvoaçar da passarada.
Estão prostrados na letargia, sem ânimo nem combustão.
As folhas caem.
Os ramos enregelados não têm uma lareira que os aqueça.
Faz falta o sol.
Se dispensava bem a lua, mesmo a cheia.
O sono zumbe sobre os nossos olhos.
Não há enxota à mão para o sacudir.
O que vale é que dura pouco esta subjugação.
A primavera carbura feroz na natureza.
Sua arma é o silêncio e a discrição.
Quando chegar a hora, irromperá triunfante sem nada cobrar.
Sempre assim foi e há-de ser.
Quem manda é o sol...
Arredores de Berlim, Bar dos Motocas,
27 de Novembro de 2019
14h11m
Jlmg
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