Ao cair da tarde
Batem à janela.
É amarela a farda.
Vem cheio o alforge.
- É o recoveiro!
Traz uma encomenda.
Abro a porta.
Prazenteiro avança, de caneta na mão.
-Só um autógrafo!
Uma cartinha de avião.
Bordada às cores.
Vem do outro mundo.
Sem remetente.
Abro-a a custo.
Cuidado para não rasgar o escrito.
Dobrado em quatro.
Letra redonda.
Uma amiga do passado.
Ao dealbar da vida.
A força do destino.
Cada um para seu lado.
Se lembrou de mim.
O que diz, não se deve revelar…
Berlim, 18 de Novembro de 2019
19h3m
Jlmg
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