Os anos que envelhecem
Depois dos sessenta, encanecem as forças e as ambições pessoais.
Estalam as dobradiças nos joelhos.
Falta o ar, ao subir das escadas que
levam à porta larga da missa ou do cinema.
A memória tropeça amiúde nas brumas
do esquecimento.
As saudades medram a olhos vistos
como erva daninha.
Há quem diga que a velhice é um
estado d’alma.
Mas o comboio da vida segue
inclemente até à derradeira estação.
Vão caindo, lentamente, uma a uma, as
folhas mortas dos mesmos ramos.
Sente-se que está a chegar o fim da
romaria e a incerteza de se estar cá para o ano…
Berlim, 25 de Novembro de 2019
10h48m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário