O vestuário
Nascemos nus. Num vão de escada ou num tálamo de linho ou ouropel.
Tudo é natural na natureza.
Donde virá então esse pendor para ocultar?
Excepção real à regra universal da natureza.
Onde tudo se expõe ao sol.
À chuva e frio, não.
Terão sido só essas razões?
Ou, depois, a vaidade a germinar.
Acrescentar adorno ao menos belo,
Refrear ímpetos que brotam à flor da pele?
Como quer que fosse, eis-nos perante uma prática que vai da veste larga e pendente rodeando os corpos
ao requinte artístico da alfaiataria do bric-à-brac à la française, que Paris exporta em opulentos festivais da moda
e ao irracional desalinho das gerações modernas, saudosos da liberdade das cavernas…
Ouvindo Yuja Wang Plays Schubert and Liszt
Berlim, 27 de Novembro de 2019
9h3m
Jlmg
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