sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Por uma côdea de pão




Por uma côdea de pão



Por uma côdea de pão e a migalha dum tostão,
Andrajosos, pareciam velhos,
Andavam em bandos,
Os mendigos da minha terra.

Vinham ao sábado. Pela encosta acima.
-seja pelas alminhas de quem lá tem!
Como bem os lembro, era eu miúdo
Não percebia nada.
A fartura duns. A miséria muita.
De quem era a culpa?...
Tantos palacetes, cercados de terras tantas
Tantas telhas negras de casinhas pobres.
Não havia sobras.
Até as valetas serviam de cama.
Era tudo a senhas.
Havia guerra à porta.
E o que era a guerra?
Só sobrava a missa…

Berlim, 30 de Setembro de 2017
7h22m
Jlmg

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