segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Nos arcanos



Nos arcanos

Naquelas fragas descarnadas das falésias,
Sobranceiras à planície, vasta,
Vegetam cabras, se escondem os ninhos das águias e dos condores.

Vivem suspensos, contemplativos, quase nas nuvens,
Semideuses da liberdade.

Sem metafísicas. Não têm horas.
A sobrevivência é sua luta.
Não têm horta. Agricultura.
Enxergam de longe, com precisão exacta,
O que precisam na hora.

Em voo alado, tangido ao vento,
Suas presas ficam reféns.
Depois a boda farta. A mesa posta.

Ali descrevem a sua história em forma livre.
Não têm segredos.
Dão-nos lições.

Berlim, 26 de Setembro de 2017
7h44m
Jlmg



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