As vésperas…
Vive-se numa ânsia constante.
Insaciáveis desde a nascença.
Queremos tudo de véspera.
Desde longe, almejamos o fim da
caminhada que nunca mais chega.
Sofremos o ardor de cada instante.
Até que, um dia, a véspera vem.
Dá dores de barriga.
Cada segundo um século.
Será desta? Como será?
Remexemo-nos. Não quedamos quietos.
Há comichões.
Nos arranjamos bem.
O baeta. O cabeleireiro.
O fato novo. Estará pronto a tempo?
Quantas vezes, à casa de banho!...
E, se o carro não pega?
Um ror de vezes, se vai ao espelho.
Que cor da pele! Parece agónica.
Vem a noite e o sono não vem.
Ansiedade.
Até que, enfim.
Raia o fulgor da aurora!
O esplendor. Foi bom sofrer.
Ela ali vem…
Tapada de Mafra, 13 de Setembro de
2017
8h45m
Jlmg
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