sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O castelo do medo



O castelo do medo

No alto do monte, sobranceiro à vila,
Havia um castelo,
Cheio de ameias,
Cercado de valas,
Cobertas de silvas.

Quem lá morava,
Rei ou príncipe?
Ninguém o sabia.

- Ali há fado!
Se dizia na vila.

Sem chaminé.
Nem fumo nem fogo.
Só morto,
Se é que há alguém.

Num dia cinzento,
Não nascera o sol,
A vila em peso se tomou de coragem.
Avançou pelo monte acima.

Incendiaram as silvas.
Descobriram-lhe a porta.

Ao cabo de horas,
Às machadadas,
Carregados de medo,
Entraram lá dentro.
Tudo deserto.
Só as calçadas.
Grande ilusão.

Viraram as costas.
Voltaram para casa.

Quando desciam a encosta,
Um medonho trovão
Caíu no castelo.
A terra tremeu.

Estarrecidos de medo,
Só pararam em casa.

Daí em diante,
Ninguém mais da aldeia
Subiu ao castelo,
Cercado de silvas…

Berlim, 29 de Setembro de 2017
10h5m
Jlmg














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