Casa vazia…
Abro as janelas e portas inundadas de
luz.
Só as paredes e soalho ao ar.
Prostradas as sombras choram
segredos.
Horas alegres, raiadas de esperança
encheram as salas.
O lar da cozinha, caiado de fumo,
exala o cheiro dos estrugidos que foram.
O forno de barro, de boca aberta,
aguarda a pá e as fornadas do pão.
Zumbem nas telhas que cobrem os
caibros silvos do vento puxando o fumo.
Sobraram os buracos nas nuas paredes
dos lindos quadros que contavam a história dos pais e avós.
Atrás duma porta, há uma vassoura esquecida,
de pé.
Tapada de Mafra, 10 de Setembro de
2017
7h55m
Jlmg
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