Olhos famintos
Não têm fome de pão nem de arroz os
olhos famintos.
Essa se mata sozinho.
A pior e mortal é imposta pela seca
de alguém que passa e não dá.
E, se dá, é por esmola.
Ninguém sobrevive sem sol.
Mas, de frio e gelado, também.
Um leito deserto.
O abraço que nunca vem.
O sorriso que se espera.
O amargo do beijo que nos negaram são
mais fatais que a sede agreste
de pão e vinho.
Berlim, 23 de Setembro de 2017
11h39m
Jlmg
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