Fiz-me à pista…
Fiz-me à pista contra o vento.
Abri as minhas asas.
Acelerei a fundo
E num instante,
Atravessei as nuvens
E, em júbilo,
Serenamente, eu vi o sol.
Me libertei da gravidade.
Deixei lá em baixo
A terra em desvario.
Mudei de rumo.
Rumo ao outro hemisfério.
Onde, quem brilha mais,
Depois da Lua, é o Cruzeiro
E a força centrífuga
Puxa ao contrário.
Chegou-me ao fim
A paciência para suportar
Os desvarios e a loucura
Desta Europa velha e escravizada
Pelas malhas do petróleo.
Onde a cultura dos valores
Jaz morta nas areias dum deserto.
Irei poisar e ser mais um
Onde os indígenas vivem simples,
Como irmãos maiores da Natureza…
Ouvindo Vanessa-mãe ao violino
Berlim, 23 de Outubro de 2015
01h22m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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