sexta-feira, 23 de outubro de 2015

fiz-me à pista...

Fiz-me à pista…

Fiz-me à pista contra o vento.
Abri as minhas asas.
Acelerei a fundo
E num instante,
Atravessei as nuvens
E, em júbilo,
Serenamente, eu vi o sol.

Me libertei da gravidade.
Deixei lá em baixo
A terra em desvario.

Mudei de rumo.
Rumo ao outro hemisfério.
Onde, quem brilha mais,
Depois da Lua, é o Cruzeiro
E a força centrífuga
Puxa ao contrário.

Chegou-me ao fim
A paciência para suportar
Os desvarios e a loucura
Desta Europa velha e escravizada
Pelas malhas do petróleo.

Onde a cultura dos valores
Jaz morta nas areias dum deserto.

Irei poisar e ser mais um
Onde os indígenas vivem simples,
Como irmãos maiores da Natureza…

Ouvindo Vanessa-mãe ao violino

Berlim, 23 de Outubro de 2015
01h22m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes




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