domingo, 11 de outubro de 2015

espaços em branco...

Espaços em branco…
É nos espaços em branco
Que eu escrevo os meus poemas.
Queria vertê-los nas linhas pretas.
De tão vazias, elas mirraram
Como ribeiros secos
Ou mar sem ondas.
De corpo e alma, me lanço ao largo.
Não levo bússola.
Subo as velas e, marinheiro,
Me entrego ao vento.
Respiro fundo da brisa fresca
Que me enche o peito.
Minha alma acende,
Lareira apagada,
Se eleva em chamas.
E, às lufadas,
Caem das nuvens,
Tantas ideias,
Tantas mensagens…
É só escolhê-las,
De entre as mais belas.
É só tecê-las.
E depois bordá-las.
Pontos de cruz.
Pontos de cravo.
Encho canteiros
Com tantas flores,
Muita verdura,
Parecem jardins.
Junto-as em ramos.
Ao jeito mais belo,
Quanto possível.
Faço oferendas,
Só o destino
As pode levar…
Berlim, 11 de Outubro de 2015
0h 43m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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