Crepúsculo das trevas…
Tantas sendas cobertas de cinza Negra
ficou das nossas caminhadas
Pelas trevas desse mundo.
Desde a hora cândida e pura
Em que viemos à luz.
Então, tudo era lindo e perfumado.
Havia prados cheios de rosas e
jasmim.
Poisavam serenos sobre os lagos,
Longos mantos de nenúfares.
Se acordava com o gorjeio matinal
Da leda passarada,
Pelos quintais.
Se ouviam, espalhados pelas aldeias, os
toques ritmados das trindades.
E das chaminés de todos lares
Brotavam grinaldas de fumo branco
Para os vales.
E pelos montes, reluziam brilhantes e
cintilando,
As pérolas de orvalho sobre as urzes.
Se pedia a bênção de Deus a toda a
gente que passava,
Como se fosse nossa família.
Quem diria que
Tudo foi só o crepúsculo destas
trevas hodiernas…
Ouvindo Hélène Grimaud ao piano
Ainda não nasceu o dia
Berlim, 23 de Outubro de 2015
6h25m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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