Seara branca de linho…
Uma mantilha em gase branca,
Pende do céu
E cobre as copas das árvores nuas
ainda dormentes.
Há salpicos dourados
Sorrindo ao dia.
Pelos ramos hirsutos.
Pelas ruas, serenamente,
Deslizam os carros,
Rumo ao centro.
É a hora branda
Em que a vida acorda.
Para mais um dia.
O trabalho chama.
Dá pão a todos.
Cala os vícios.
Enche as mesas
De pão e vinho.
Ainda não vi um corvo.
Dos meus vizinhos.
Terão ido à terra deles
A ver os pais.
Pelos passeios,
Vão bicicletas de pedal,
De mães e filhos.
Fumegando frio,
Que vem de fora
E quer entrar.
E os cantoneiros,
Em grandes carros,
Juntam as folhas mortas
Caídas no chão.
Minha alma dentro,
Se eleva alto
E respira fundo,
Como se fosse um céu…
Ouvindo Pachelbell…ternurento
Berlin, 11 de Novembro de 2014
8h34m
JoaquimLuís Mendes Gomes
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