segunda-feira, 10 de novembro de 2014

seara de linho...

Seara branca de linho…

Uma mantilha em gase branca,
Pende do céu
E cobre as copas das árvores nuas ainda dormentes.

Há salpicos dourados
Sorrindo ao dia.
Pelos ramos hirsutos.

Pelas ruas, serenamente,
Deslizam os carros,
Rumo ao centro.

É a hora branda
Em que a vida acorda.
Para mais um dia.

O trabalho chama.
Dá pão a todos.
Cala os vícios.
Enche as mesas
De pão e vinho.
Ainda não vi um corvo.
Dos meus vizinhos.
Terão ido à terra deles
A ver os pais.

Pelos passeios,
Vão bicicletas de pedal,
De mães e filhos.
Fumegando frio,
Que vem de fora
E quer entrar.

E os cantoneiros,
Em grandes carros,
Juntam as folhas mortas
Caídas no chão.
Minha alma dentro,
Se eleva alto
E respira fundo,
Como se fosse um céu…

Ouvindo Pachelbell…ternurento

Berlin, 11 de Novembro de 2014
8h34m

JoaquimLuís Mendes Gomes

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