A cor do chá…
Nesta varanda da Graça,
Em Lisboa,
Diviso esplêndido,
O Tejo, extenso e manso,
Parece um mar,
Espelhando o céu,
Fluindo sereno,
Rumo à foz.
Fico a vê-lo.
Sonhando.
Evocando as caravelas,
De velas ao vento,
Que por ele desceram
E se foram…
Incautas, pelo mar adentro,
Rumo ao infinito e ignoto.
Escrevendo a oiro,
as páginas
Mais gloriosas
Da nossa história.
Sinto respeito e venero,
Quase choro,
Emocionado,
Ao sentir e ver
Como os maus tempos
Tudo esfumaram
E apagaram.
Além o morro,
Onde um Cristo em pedra,
Se ergueu ao alto,
Abraçando Lisboa e Almada.
E vejo a ponte rúbia,
A enlaçar o sul e o norte.
Afinal, irmãos.
E aquela outra,
Parece perdida,
Chega cansada,
Dum lado ao outro,
Quase esquecida
Donde partiu.
E o casario ao longe,
Olhando para mim,
Mandando beijos,
De quem, frente a Lisboa,
Se sente feliz…
Ouvindo concerto nº 2
de Chopin, ao piano, por Rubinstein
Berlim, 23 de Novembro de 2014
Oh46m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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