sábado, 22 de novembro de 2014

nunca me arrependerei...

Nunca me arrependerei…
O mundo pode acaba,
Duma hora para a outra.
O mar ficar um deserto.
Uma montanha,
Se tornar uma planura.
O céu ruir em estrondo infernal.
Que, eu, não esquecerei nem me arrependerei
Daquele passo que dei,
Ao dealbar da minha vida.
Peguei na mala e fui,
Correr o mundo.
Onde o Criador entendeu.
Naquele cantinho de terra,
Juntinho ao mar,
Com as costas na serra.
Com rios e campos,
Com vales, campinas,
Lezírias.
Lagunas. Deltas. Salinas
Onde voam e cirando,
Esvoaçam pombas e gaivotas.
E nos altos cumes,
De Estarreja e Alcácer,
Se radicaram há muito,
Famílias de cegonhas,
Que vão e voltam.
Onde um par de marinheiros, se abalançaram, mar adentro,
Quando tudo era trevas,
E reinavam adamastores,
Sobre as vagas,
Medonhas que vinham dar à praia…
Ali, cresci e me fiz gente.
Deitei ramos. Flori.
E, ao fim, repouso, num remanso de harmonia e paz,
Cultivando e navegando à vela,
No grande mar da poesia…
Ouvindo “il divo”…
Berlin, 21 de Novembro de 2014
Joaquim Luís Mendes Gomes

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