sábado, 22 de novembro de 2014

quase divinal...

Quase divinal…
Caminhar na areia molhada,
À beirinha do mar,
Ao cair da tarde,
Na hora de o sol, cansado,
Se ir deitar,
Lá ao fundo,
Junto à linha,
Onde o céu se junta à terra,
E a lua dorme
Em noite de amor.
Sentir a doçura ténue
Da brisa fresca
Que ali baila,
Em ondas brandas,
E ver voar,
Graciosas, lentas,
Asas largas,
De bandos de gaivotas.
Ver emergir de longe,
Num cortejo de paz,
Rasgando as ondas,
As quilhas fecundas
Dos barcos de pesca,
Depois da faina incessante,
Dum dia inteiro,
Fora de casa.
Assistir à descarga,
Ali mesmo,
No meio duma alegre assembleia,
Expectante,
Caixas de pinho,
A abarrotar de peixe fresco,
Ainda saltante,
E as varinas descalças,
Exibindo descontraídas,
Suas pernas robustas,
Saírem carregadas,
Praia acima,
Com açafates recheados
De peixe e água escorrente.
Ouvindo os “ Il Divo” e Bárbara Streisand
Berlin, 22 de Novembro de 2014
22h27m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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