Que direi eu…
Que direi,
Que farei,
Se, um dia,
Acontecer a mim,
O que se deu
Na casa do meu melhor amigo.
Tudo ficou, de rastos,
Porque a doença entrou
De repente.
Brutal. Inclemente.
O mal do século.
Que desperta cá dentro.
Alastra e devasta.
Tudo corrói…
Por isso, enquanto puder e sentir,
O brilho da cor,
O perfume do ar,
O gosto do mel.
O acre do sal.
Me apetecer um farnel,
Na sombra dum bum lago,
Na borda do mar…
Vou prender-me à vida.
Com todas as forças.
Desperdiçar as quezílias.
Calar as tristezas.
Apagar as ofensas
Com um abraço de paz…
Só se vive uma vez…
E já começou a contar…
Começou a contar…
Ouvindo “serenata” de
Schubert
Madrugada alta sem sono
Mafra, 3 de Novembro de 2014
4h44m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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