Ventania e tempestade
Sopra a ventania sobre os telhados e as colinas da cidade.
Chove impiedosamente.
Parece o fim do mundo.
Não há guarda-chuva que resista.
As aves recolhidas nos seus ninhos,
Aguardam orando venha depressa, de novo, a calma.
Têm fome os seus filhotes.
O Tejo ruge em fúria, contra os cascos das embarcações, ameaçando-lhes a integridade.
De ambos os lados, se acumularam multidões de gente que quer voltar à sua vida de trabalho.
Inclemente, o vento uiva contra os mastros e postes da iluminação.
Raios fulgurantes de trovões rasgam o céu, amedrontando os mais arrojados e indiferentes.
Já há quem reze, em surdina, à santa Bárbara...
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 9h23m
Jlmg
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