sábado, 29 de dezembro de 2018

Desespero das flores...



Desespero das flores

Vêem-se espelhadas
nas estrelas do céu,
luzindo de noite.

Acordadas de dia.
Pintadas de cores.
Fenecem paradas.
Presas às hastes.
Baloiçam ao vento.
Sua vontade é voar.

Regalam os olhos
De quem vai a passar.
Sabem a mel,
Não podem beijar.

Vegetam caladas.
Ouvem zumbidos,
Soletrando cantigas.
Não sabem cantar.

Recebam visitas.
Expostas ao sol.
Exalam perfumes.
Não podem cheirar.

Lamentam a sorte
Que a beleza lhes deu.
Afinal para quê?
Não podem amar...

Berlim, 30 de Dezembro de 2018
8h10m
Jlmg



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