quinta-feira, 6 de dezembro de 2018




Nunca é tarde...

Nunca é tarde para reparar nas coisas belas.
As mais pequeninas. Muito simples.
Estão na borda dos caminhos.
Flores sem nome.
Com libelinhas às cores.


Na casinha branca.
Muito baixinha.
Afitada a azul.
Um terreiro à frente.
Junto à estrada.
Com alegria dentro
e a dona ao sol.
A bordar o linho.
O sorriso puro, só a criança tem.
Um olhar profundo seus olhitos têm.
Que nos fulminam quando a olhamos.
Como ela vai bem.
Tão agasalhada.
Pela mão da mãe.
O esgar da jovem,
como se não fosse nada,
a fazer de conta,
quando um rapaz a mira
e a pareceu gostar.
Aquela fontinha eterna,
Onde nos leva a avó.
Faz o tanque cheio
e ainda rega o campo.
É um encanto vê-la.
O passarito só.
À mesma hora vem.
Canta seu rosário
e se vai embora.
O mendigo velho,
tão bondoso olhar.
Reza uma avé Maria,
quando lhe dão a esmola.
A padeirinha alegre,
com o açafate cheio,
corre a freguesia.
Deixa os seis paezinhos,
sem bater à porta.
A forja acesa,
ao raiar da aurora.
Como ama a vida
o ferreiro alegre.
Ouvem-se as pancadas
sobre o ferro em brasa.
O pedreiro chega
quando vem para casa.
Quem me dera agora
começar de novo.
Tanta coisa bela
Que nos passou ao lado.
Nunca será tarde.
Para saborear a vida.
Basta só querer...
Berlim, 6de Dezembro de 2018
9h25m
JLMG

Sem comentários:

Enviar um comentário