terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Pelas calçadas de Lisboa
Pelas calçadas de Lisboa
Pelas calçadas de Lisboa estrepitam tamancos de varinas e de ardinas.
Levam os frescos verdinhos em açafates e nos jornais.
Passos apressados se dirigem para os empregos, ao pão de cada mês.
Batinas pretas sobem as escadas para dentro das igrejas e altares.
Se abrem as portadas dos bares e dos cafés.
A bica e o palmier ainda são o afago para quem vive do trabalho.
Repicam as sinetas pelas torres perdidas pelos bairros da cidade.
Chamam os rebanhos para a adoração da divindade.
Semeando ordem pelas ruas, passam carrinhas da polícia,
enquanto as damas veladas, muito pintadas procuram mais um farrapo novo nas vitrinas.
Frenéticos correm os táxis pelas ruas e vielas a caminho do aeroporto e dos comboios.
E, ao meio dia, se apinham esfomeados, às portas dos restaurantes, reforçando as forças para mais umas boas horas de trabalho.
É assim é a vida que se escoa no dia a dia das cidades onde a paz se ganha no trabalho.
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 5 de Dezembro de 2018
7h44m
JLMG
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