domingo, 11 de novembro de 2018

Ouvem-se tamancos...




Ouve-se tamancos...

Pressurosas, ouve-se os tamancos das varinas pelas calçadas de Lisboa.
Adormecida, descansa a festa da madrugada.
As estrelas albas se despedem lá no cimo.
Roncam pelo Tejo os motores mortificados dos cacilheiros laboriosos do Cais do Sodré e pró Barreiro.

Holofotes mortiços passam a ponte avermelhada de lado a lado, saudando cá debaixo o Cristo-Rei.

Pela barra dentro, sobe o Tejo, um grande transatlântico iluminado, em busca do cais de Alcântara.
Acena-lhe as boas vindas em reverência, a magna Torre de Belém.

Espalhados pelo mar da palha, ruminam em surdina, os mastodontes dos cargueiros.

Ressoam pelas colinas as badaladas religiosas das igrejas.

Um novo dia, oxalá em paz, um novo dia começa para Lisboa.

ouvindo as guitarras de Lisboa

Berlim, 12 de Novembro de 2018
7h3m
Jlmg




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