terça-feira, 13 de novembro de 2018
Fardas e batinas...
Fardas e batinas...
Fardas e batinas,
Vestes chiques,
Fraques de cerimónia,
Lunetas e óculos escuros,
Lantejoulas,
descem vaidosos as calçadas de Lisboa,
Chiado e Madragoa.
Espiolham as vitrines,
Mercam cravos e flores,
Tragam bicas e fumegam cigarros e cachimbos, pelos cafés,
Bons vivants,
Uns snobs.
E, na esquina,
empertigado,
Um homenzarrão,
Corda ao ombro,
É só chamá-lo,
Um bruta-montes,
Carrega às costas
O que for preciso,
Por uma migalha.
Pelas valetas dos passeios,
Escorre a chuva, leva tudo adiante,
Até ao Tejo.
E, na Praça nobre, dos ministérios,
Um Arco triunfa aos tempos,
Canta glórias e desditas,
Feitos idos.
Umas escadas leves, em mármore eterno,
Desce ao rio e lava os pés,
Olhando além.
Incansáveis, os eléctricos amarelados,
Trilham as linhas de aço,
Brilhando ao sol.
Fervilham de gente que não quer ficar.
É asim Lisboa, enquanto Deus quiser...
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 14 de Novembro de 2018
7h15m
Jlmg
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