domingo, 25 de novembro de 2018

O amanhecer de Lisboa



O amanhecer de Lisboa

Claro e luminoso o amanhecer de Lisboa.
Um clarão incandescente vem lá de longe, de além Tejo,
Espalhando luz no céu e nas verdes águas.
Como ali, um mar.

Faíscam-lhe as velas ancoradas.
Baloiçam lentas as proas dos grandes barcos ali dormentes.
E as janelas minúsculas dos cacilheiros iluminam-lhe os bancos, a abarrotarem de gente que vai e vem trabalhar, ganhando o pão de cada dia.

Pelas ruas e ruelas, sobem apressadas para os empregos, as pessoas.
Algumas, poucas, sobem as escadas para rezarem uma Ave-Maria, no banco da igreja.

Os cafés e padarias a regorgitar, distribuem ao balcão, as bicas e os bolos fofos de arroz, o carvão que faz mexer, por dentro, o coração.

E, o mercado da ribeira, ali ao sair do comboio, fervilha de gente, como a festa duma colmeia, na busca das verduras para o almoço.

Enquanto os eléctricos amarelos, sobem e descem, apinhados até às portas, no bom ofício que escolheram...

Ouvindo as guitarras de Lisboa

Berlim, 26 de Novembro de 2018
8h3m
JLMG






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