sábado, 30 de julho de 2016

vagabundo...

Sei que sou vagabundo…

Me vejo um vagabundo neste mundo sem cores.
Onde murcharam mirradas de secura
Todas as flores perfumadas.

Os pássaros alegres e livres fugiram, escandalizados
Com as manchas dos mortais humanos.

Até as feras se recolheram nas selvas
Por não suportarem tanta maldade.

Ficaram desertos os mares sem vento.
E, pelos céus, de negrume,
Já não vagueiam as caravelas.

Fiz-me aos polos brancos com os restos da minha esperança.

Pode ser que ali, ao menos,
Ainda viceje a paz
Que sobrou da eternidade.


Tapada de Mafra, 30 de Julho de 2016
20h46m

Entardecer cinzento

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes



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