quarta-feira, 6 de julho de 2016

como as morsas...

Como as morsas...

Aparece sorrateira e molhada,
deslizante nas areias da praia.
Buscando uma fraga mirante
e ali fica olhando a lonjura do mar.

Chegam as companheiras farejando-lhe a sorte.
Se estendem em bando
e bendizem a sorte que a natureza lhes dá.

Não precisam martelos e brocas.
Nem arados de pau.
Suas casas são as tocas.
A mesa está sempre pronta.
São à farta o sol e o vento.
E não há horas para nada.

Não vestem fardas luzidias.
Nem usam togas.
Não precisam de alfaiate.
Se apresentam livres como nasceram.

Cantam as loas e as vésperas.
Sabem-nas bem de cor.
Sem incensos nem maldições.

Num sobe e desce compassado,
passam a vida a mergulhar.

Como as invejo, companheiras!...

amanheceu claro

Roses, 7 de Julho de 2016
6h52m

Jlmg
joaquim Luís Mendes Gomes


Sem comentários:

Enviar um comentário