Como as morsas...
Aparece sorrateira e molhada,
deslizante nas areias da praia.
Buscando uma fraga mirante
e ali fica olhando a lonjura do mar.
Chegam as companheiras farejando-lhe a sorte.
Se estendem em bando
e bendizem a sorte que a natureza lhes dá.
Não precisam martelos e brocas.
Nem arados de pau.
Suas casas são as tocas.
A mesa está sempre pronta.
São à farta o sol e o vento.
E não há horas para nada.
Não vestem fardas luzidias.
Nem usam togas.
Não precisam de alfaiate.
Se apresentam livres como nasceram.
Cantam as loas e as vésperas.
Sabem-nas bem de cor.
Sem incensos nem maldições.
Num sobe e desce compassado,
passam a vida a mergulhar.
Como as invejo, companheiras!...
amanheceu claro
Roses, 7 de Julho de 2016
6h52m
Jlmg
joaquim Luís Mendes Gomes
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