quinta-feira, 28 de julho de 2016

montanha com neve...

Montanha com neve...


Imagino ao longe,
diante de mim,
uma montanha enorme,
os cumes apenas,
cobertos de neve.

Aqui e ali, incessantes,
rasgando a encosta,
escorrem cascatas,
de águas sem fim.

Chegam ao vale.
Fazem um ribeiro
que cresce e que corre.
Se alarga num rio,
de margens frondosas,
serpente dos campos,
semeados de verde,
prenhe de peixe.

Aparecem as casas.
Que riem ao sol.
Têm quintais.
Com árvores de fruta.
Cantam galinhas.
Mugem as vacas nos curros.
Ladram os cães.

E o moleiro gorducho,
com o burro, sózinhos,
carregado de milho,
descem ao rio
para moerem farinha,
fartura de pão.

Nos bardos ao alto,
trepam videiras.
Se enchem de uvas
que engordam ao sol.

Lá para Setembro,
virão as vindimas,
que enchem as pipas
com sangue das uvas,
alegria das mesas,
saúde dos pobres e ricos.

Aqui e além, se ouvem batuques.
São os ferreiros nas forjas.
Malham a sério
nas bigornas queimadas,
aguçando os picos
que cortam as pedras.

Nas eiras ao sol,
camadas de milho,
queimam o verde,
se pintam de cor.

Das ermidas branquinhas,
soam as horas
e tocam os sinos
para a festa da missa.

Pelas ruas alegres,
crianças brincando,
já andam armadores,
erguendo os arcos,
pintados às cores.

Aí vem o Domingo,
se ouvem tambores,
sobem foguetes.
Enquanto o abade sózinho,
medita e escreve o sermão
para o dia da festa...

Tapada de Mafra, 28 de Julho de 2016
7h55m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes














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