A morte da morte...
De repente, tocou a rebate.
O adro encheu.
Começou o debate.
Decretar uma lei
Sobre a morte da morte...
O adro encheu.
Começou o debate.
Decretar uma lei
Sobre a morte da morte...
Questão crucial!...
Os ânimos ao rubro.
A multidão dividiu-se.
Depois de horas a fio,
Sem conclusão.
Decidiu-se à sorte,
Por cara ou coroa.
A multidão dividiu-se.
Depois de horas a fio,
Sem conclusão.
Decidiu-se à sorte,
Por cara ou coroa.
A cara era o sim.
E, por sorte...
Saíu.
E, por sorte...
Saíu.
Veio a festa.
Tocaram os sinos sem fim.
Ó que alegria...
Houve arraial.
A noite passou.
E novo dia também.
Sem a ameaça da morte,
- Os do sim e do não -
Ninguém queria voltar.
Tocaram os sinos sem fim.
Ó que alegria...
Houve arraial.
A noite passou.
E novo dia também.
Sem a ameaça da morte,
- Os do sim e do não -
Ninguém queria voltar.
No resto tudo ficaria igual.
A fome e a sede.
O calor e o frio.
A doença e a dor.
O trabalho geral.
Se não queriam sofrer.
A fome e a sede.
O calor e o frio.
A doença e a dor.
O trabalho geral.
Se não queriam sofrer.
O tempo avançou.
A aldeia, feliz,
Os do sim e do não,
Voltou ao normal.
A aldeia, feliz,
Os do sim e do não,
Voltou ao normal.
Pouco durou.
A discórdia surgiu e cresceu.
Entre dois grupos rivais:
Os que queriam viver sem sofrer,
E os que queriam viver sem trabalho.
A discórdia surgiu e cresceu.
Entre dois grupos rivais:
Os que queriam viver sem sofrer,
E os que queriam viver sem trabalho.
E foi de tal ordem
Que os sinos tocaram a rebate
Outra vez.
Mas só apareceram
os que não votaram a morte da morte,
os mesmos do sim ao trabalho.
Que os sinos tocaram a rebate
Outra vez.
Mas só apareceram
os que não votaram a morte da morte,
os mesmos do sim ao trabalho.
E assim, a aldeia,
Por mal
Ou por bem,
De novo,
Tudo acabou em guerra,
Sem morte.
Outro dilema pior!...
Por mal
Ou por bem,
De novo,
Tudo acabou em guerra,
Sem morte.
Outro dilema pior!...
Berlim, 28 e Julho de 2013
9h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes
9h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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