quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Tejo abaixo

Tejo abaixo...

Tejo abaixo, desde as alturas de Espanha, até à foz no Atlântico.
Fogoso como um gamo que se soltou,
Desce as lonjuras alcantiladas de Castela.
Se espraia dominante nas planícies verdes de Toledo, Aranguez e Talavera de la Rena.
Serve as gentes de água à farta,
para os campos e verduras.
Faz represas energéticas com pujança.
Enche ramos de canais vivificadores, bem para longe.

E o que sobra vem em força Portugal dentro.
Agora manso e benigno.
Rega campos e lezírias.
Sacia famintas centrais eléctricas.
Bordeja as terras verdes de Santarém e Vila Franca.
O gado bravo se embriaga nele.
Suporta ufano as pontes que abraçam as duas margens.

É repasto dos grandes paquetes e dos dinossauros cargueiros das mercadorias.

Cansado e devoto, saúda Cristo-Rei, que o acolhe como um Pai, vai entregar-se ao mar.
Onde repousa em descanso eterno...

Ouvindo Carlos Paredes

Berlim, 4 de Janeiro de 2019
8h1m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário