sábado, 5 de janeiro de 2019

As pontes de Lisboa


As pontes de Lisboa

Duas de ferro outra de massa, unem as duas margens do Tejo.
Dois laços que abraçam o norte e o sul.
Três faxas que vão e vêm.
Longe e perto.

Vila Franca.
Vinte e cinco de Abril.
Vasco da Gama.

Cada uma tem sua história.

A primeira.
Tantos anos única.
Passagem firme em ferro.
Das lezírias e do gado bravo.
Às matas densas de pinheiros mansos,
Das azinheiras e dos sobreiros.
Um ermo verde.
Do Alentejo até ao Algarve.

A segunda.
Mais a sul.
Também em ferro.
Colossal para as nossas forças.

Vi-a nascer.
Suspensa em cordas.
Desde o paquete Timor que nos levou para a guerra.
Estava aberta quando voltei para casa.
1966.
Se realizara um sonho.
Lisboa e Almada. Duas irmãs.
Se abateu de vez, a fronteira entre o sul e o norte.

A terceira.

Ponte sem fim.
Rentinha à água.
Lisboa ao longe.
Se calhar, errou.
De pouco serviu...

Se navega nela como se no mar.

Berlim, 5 de Janeiro de 2019
14h32m
Jlmg





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