domingo, 27 de janeiro de 2019

Fado de Lisboa

O fado de Lisboa
Rezam as lendas que, vindo da Grécia,
deixou o mar, subiu o Tejo, numa madrugada de luar.
Era Ulisses. Deixara Ítaca e sua esposa.
Lisboa era uma urbe humilde.
Estendida pela colina que, hoje, é do Castelo.

Extasiado com sua beleza, aqui ficou.
Por ela andou e cirandou.
Fez-se um seu.
Saíam à porta a ouvi-lo as gentes
quando, pela madrugada, passava entoando loas, em voz sonora.
Ninguém entendia.
Eram saudades.
Faziam chorar.
Até que um dia, de madrugada,
não resistindo,
desceu o rio e se fez ao mar.
Penélope o esperava, longe.
Tão forte e belo era o seu canto,
calou profundo na alma das gentes.
Ainda hoje perdura nas suas ruelas,
nas casas de fado.
À guitarra:
- Ai, Mouraria, na velha rua da Palma...
- Foi Deus...
- Mãe negra...
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 27 de Janeiro de 2019
10h27m
Jlmg

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