Andorinhas de Lisboa
Caravelas de saudade vão e vêm a Lisboa.
Poisam nos beirais. Soluçando de alegria de voltarem.
Ali moram os seus ninhos.
Abrigados da intempérie.
Ali nascem seus filhinhos
E aprendem a voar.
Em bandos pelas ruas, sobre os ares,
pintam o céu, com volutas harmoniosas,
infalíveis ao milímetro.
São o regalo dos alfacinhas enquanto giram pelos passeios.
Poisam alinhadas sobre os fios, cantarolando lenga-lengas.
Planam aprumadas pelas encostas,
desde o Castelo à Baixa.
E, pelas horas mortas da tardinha,
rasam o chão em cabriolas.
Parecem folhas secas desgarradas que o vento atroz despegou em lufadas, de rancor.
Alegres mensageiras da Primavera que só o Outono faz regressar às suas terras.
Ouvindo "Concerto Aranjuez" de Albinoni
Concierto de Aranjuez - II. Adagio - Pablo Sáinz Villegas - LIVE
Berlim, 25 de Janeiro de 2019
Jlmg
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