domingo, 13 de janeiro de 2019

Momentos cruciais

Momentos cruciais

Vi-me grego para explicar e demonstrar ao meu neto, quase a fazer 14 anitos, que Deus existe e é nosso Pai.
Tinha acabado de me dizer com a mior das naturalidades, que só acredita na história. Não acredita em Jesus Cristo.
Convem dizer que frequenta uma escola alemã, desde os 5 ou 6 anos. Independente como é, por temperamento, foi fácil solidificar na descrença e nos valores de ser religioso.

Senti-me no dever de aproveitar bem aquele momento.

Tremi por dentro. Pedi ajuda a Deus e avancei.

Lembrei a primeira vez que ouvi meu abade velhinho, pároco da minha aldeia. O abade joão. Guardava sua cabrinha ao cair da tarde num monte ao pé de minha casa. Ao pé do "cruzerinho".
Eu teria uns 6 para 7 anos.

Falou-me do sol, da lua e das estrelas que nós víamos. Do mar e das serras. Do nascer e colher do milho com que se cozia o pão.
-Sabes quem criou tudo?
- Não.
- Foi Deus. Um ser muito rico que existe e nós não conhecemos. Mas é real e verdadeiro.
Sim. Ele fez tudo isto para nos dar a nós.
- E porque não O podemos conhecer? - perguntei.
- Olha. Se fechares os olhos podes falar com Ele. Fica a ouvir que Ele te responde.
Nossos ouvidos não O ouvem, mas a alma, sim.
- E o que é a alma?
Ele fitou-me e, por momentos, ficou calado.
Depois avançou.
- Para sentires a tua alma é melhor fechar os olhos. Pergunta-lhe quem és. O teu nome e de quem és filho. Ela sabe tudo de ti. O corpo não. Porque te sentes triste ou alegre.
Pois é. Ela é a presença d'Aquele Deus em ti. É por ela que Ele te fala. Te explica o que quiseres saber.
Senti-me encantado com o que estava a ouvir.
Desejei ficar sózinho para experimentar por mim.

Entretanto a noite caíra. Havia muitas estrelas brilhantes no céu. Passei a olhá-las com outros olhos.

Só sei que, depois daquele encontro com o Senhor Abade João, senti a presença de Deus em mim. Para sempre. Senti-me transformado noutro Quim Luís...

Berlim, 13 de Janeiro de 2019
20h16m
Jlmg




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