As Calçadas de Lisboa
Vetustas e cansadas sobem e descem as calçadas de Lisboa.
O que elas sabem das horas mortas de ida e vinda do trabalho das gentes sãs e laboriosas.
Ruas estreitas e apertadas entre prédios com janelas e varandas.
Onde o sol pálido só entra enviezado e a sombra chove o dia todo.
Com lojas e oficinas que fazem de tudo.
Mercearias e cafés.
Quiosques e escaparates.
Tantos maços de cigarro que dizem matar quem os comprar e se vendem tanto.
As vitrinas que se vestem e despem ali à vista, sem vergonha.
Leitos mortos onde se deita a madrugada.
E cirandam os vadios que, há muito,
por desgraça ou por destino,
ficaram sem eira nem beira.
Tantas histórias elas guardam.
Lindas heranças que vão passando,
de pais a filhos e dão orgulho à vizinhança.
Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 22 de Janeiro de 2019
8h40m
Jlmg
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