quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Ramela dos olhos

Ramela dos olhos

Não há bela sem senão.
Lindos olhos azuis.
Cor da safira mais pura.
Quando acordam do sono,
Mesmo ao canto do olho,
Uma ramela reluz.

Nunca teve pai nem mãe.
Fica onde a deixam dormir.
Seu jeito de agradecer
É pôr-se à janela e sorrir.

Foge da água bem fria
Como o diabo da cruz.
Parece que morre afogada
Mas volta com o mesmo capuz.

Não lhe interessa a cor dos olhos.
Basta-lhe o ar da manhã.
Tem a vida da borboleta
Que poisa numa flor.
Se a vissem ao microscópio,
Morriam de medo a fugir...

Berlim, 4 de Outubro de 2018
9h40m
Jlmg

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