sábado, 6 de outubro de 2018

O supérfluo



O supérfluo

Tudo que estava a mais na mesa de trabalho pus de lado.
Ficou o lápis, o caderno e o computador,
com internet.
Quanto chega para, com minha mente, criar e correr mundo.

Fiquei leve. Fiquei ágil.
Em liberdade.

Abri a janela.
Deixei entrar o sol e a maresia.
Liguei minha caldeira
E pus as asas da fantasia.

Pairei no mar como se fosse uma gaivota.
Fiz cabriolas como se fosse mergulhar.
Depois subia e ficava a ver os cardumes a fugir.

Vendo que não lhes fazia mal,
eles voltavam e faziam pendant comigo.
Me imitavam.
Despedi-me deles.
Como bons amigos.
E voltei feliz ao meu tugúrio,
onde, ágil e leve, me dedico a escrever e a sonhar...

Berlim, 6 de Outubro de 2018
15h36m
Jlmg







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