domingo, 28 de outubro de 2018

Lentamente...



Lentamente...

Lentamente o dia vai elanguescendo,
despindo sua manta outonal.

Paradas no céu plúmbeo,
as núvens assistem ao cerrar das cortinas
sobre o palco.
E, os corvos negros tiritando, levam nos seus bicos, as últimas carradas de pão quente aos seus filhos que ainda não voam.
Encasacadas nos cachecóis, regressam a casa as mães e seus filhos dos parques da brincadeira.

E, uma a uma, as janelas cerram suas portadas, resguardando o calor ardente das lareiras.
É a hora do sossego para toda a gente.
Vem aí a noite com seu silente escurecer.

Até as almas penadas se vão por esse mundo,
penando, inglórias, os seus pecados.

Venha a paz e o recolhimento,
Enquanto a noite espalha a sua bênção pelas casas.

ouvindo Mozart: Requiem in D minor, K626 | Gardiner
Berlim, 28 de Outubro de 2018
17h7m
Jlmg

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