segunda-feira, 1 de outubro de 2018



Corre verde pelas montanhas...

Corre verde pelas montanhas aquele rio azul a chegar ao mar.
Serão de dor ou alegria aqueles vagidos breves
ao nascer na hora?
Será de pasmo ou desencanto o piar da toutinegra, ao cair da noite, num dia lindo de Verão?
Quem me dera ser menino agora no regaço quente de minha mãe.
E beber da água fresca à canada daquele pote em barro da cozinha, que havia lá em casa.
Que maravilhoso era ver nascer do sol lá prós longes do Marão.
Doces horas do amanhecer ouvindo os tamancos dos lavradores a irem para a jorna, descendo a ladeira breve à frente de minha janela.
E o assobiar contente do meu pai a pegar no seu ofício de alfaiate onde era um rei.
E o regresso de minha mãe a chegar da vila com a canastra cheia de pão quente para distribuir aos seus fregueses.
Era assim o meu começar dos dias naqueles tempos que jamais voltam...
ouvindo "Beethoven Silence"
Berlim, 1 de Outubro de 2018
9h40m
Jlmg

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