domingo, 7 de outubro de 2018

Fábrica de minudências

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Fábrica das minudências

Vinda não se sabe donde,
Assentou arraiais na aldeia, uma fábrica.
No letreiro grande podia ler-se:
Fábrica das minudências.

As gentes que não eram letradas
Ficaram confusas e curiosas
Do que seria.
Uma carrinha andou pela aldeia
A lançar panfletos.
- Precisa-se de mão-de-obra. Já.
Para a cozinha.
Serventes de refeitório.
Para o infantário.
Para jardinagem.
Gente que saiba de agricultura e horticultura.
Pedreiros.
Operários fabris, o maior número.
As dúvidas se avolumaram ainda mais.
Não se via sentido algum.
A medo, as pessoas se foram oferecer.
Muito bem recebidos.
Preencheu-se a papelada toda.
Ficaram a aguardar chamada, com ansiedade.
Um Domingo, na missa, o abade da freguesia,
Na altura dos avisos, saiu-se com a boa nova da chamada dos trabalhadores aceites.
Apresentação três dias depois.
Foi uma alegria.
Quando a sirene apitou pela primeira vez
O terreiro frente à fábrica estava cheio.
As portas largas abriram.
Atónitos, cada um procurou o seu posto.
Estava tudo a postos.
O que se passou lá dentro só eles sabem.
O certo é que, passados vinte anos,
Ali está uma fábrica muito operante,
Com a particularidade, para uma grande fazenda agrícola toda destinada a manter
O refeitório e a cantina dos trabalhadores.
Um infantário exemplar e uma casa de lazer para o pessoal, nas horas livres.
Uma lufada de prosperidade e abundância
Fez daquela aldeia uma das mais invejadas para viver.
Tudo fruto das minudências que de lá saíam.
Berlim, 7 de Outubro de 2018
21h54m
Jlmg

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