quarta-feira, 14 de março de 2018

Uma folha seca...



Uma folha seca...

Esperava um poema ao nascer da manhã.
Vi na minha varanda, quase fechada,
Uma folhinha seca, amarela.
Voava, voava.
Num rodopio constante.
Parecia com vida.
Por vezes parava.
Conforme o vento lhe dava.

Meu pensamento alado,
Fechado na minha varanda,
Mesmo sem vento,
Voava também.
Procurando uma flor.
Um quadro.
Um sonho.
Um som do além.
Raiado.
Com cor e mensagem.

O ruído constante,
Duma cidade a acordar,
Batia de frente.
Cortina cerrada.
O peso de aviões e de carros,
No ar e na estrada.
Nem o sol aparecia.

À minha frente, na sala,
Tenho um jardim.
Sorrindo.
Poisado de verde e de cores,
No tampo da mesa.

Parecia ouvi-lo:
- porque procuras lá fora,
Se, dentro em casa,
Tens tudo que precisas?...

O silêncio. A harmonia e a cor.
Basta olhares…

Berlim, 15 de Março de 2018
7h30m
Jlmg


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