À sombra duma latada
Uma broa e uma canada
Vive do negócio do vinho.
Uma fatia com côdea e uma caneca.
Um pedaço de toucinho.
No fim, ficam bigodes tintos na boca
seca.
Se vão juntando os bons vizinhos.
Chovem gargalhadas a toda a volta.
Mais uma fêvera ou um rojão tostado.
Fazem melhor que o remédio.
Se pede à pipa mais uma canada.
E umas farpas de bacalhau à posta.
Quem não gosta?
Até o abade, nas horas mortas, lá
aparece, de vez em quando, para dar da sua bênção.
Reina a paz e a alegria.
Vai da sesta ao fim da tarde.
Em cada dia.
Tornou-se um hábito e uma certeza:
Quem lá cai uma vez, pela certa, volta…
À loja fresca do “dezassete”, bem à
sombra duma latada.
Berlim, 19 de Março de 2018
16h30m
Jlmg
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