domingo, 25 de março de 2018

Guerra dos cactos




Guerra dos cactos

Desencadeou-se no deserto a guerra dos cactos.
De repente e pela calada, avançaram em manada louca,
Uma chusma de catos, secos e esqueléticos, vorazes de fama e lucro.
Sua bandeira é o tudo vale.
Mesmo que seja a alma.
É o tudo serve.
Para derrubarem os cactos belos.
Carregados de fruto e de flores.

Como sentiram medo de seus picos,
Vibraram-lhes cortes nas raízes.
Donde a seiva os percorria.

Quase à morte, eis que uma vaga de hostes de guerreiros,
Armados até aos dentes,
Vieram em seu socorro.

Ao cabo de poucas horas,
Um mar de destroços,
Dos catos esfarrapados,
Cobria o chão.

Depressa, reverdejaram todos os cactos
E de paz se cobriu a terra…

Berlim, 25 de Março de 2018
8h56m
Dia em que mudou a hora e foi decretada a extinção, para sempre, do (des) acordo ortográfico

Jlmg

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