Como desconhecido…
A idade não perdoa.
O tempo transforma os corpos e os
rostos da gente.
Me sinto mascarado.
Entro na minha terra como um desconhecido.
Só meu nome perdura ainda na memória
dos mais velhos.
Minha aldeia está transformada.
Nada igual.
Tanta casa nova onde nenhuma havia.
Mais largos os velhos caminhos.
Todos virados para os automóveis.
Não sobra nada para os pedestres.
Só a velha ermida branca e o
cruzeirinho em pedra ali estão.
Eu os olho e eles a mim.
- Olá, Quim Luís - parece ouvi-los.
Por onde tens andado?
Lhes respondo só em pensamento.
- Como estás mudado!
Eras um garoto a sério, sempre na
brincadeira.
Já poucos restam da tua idade.
Vai aparecendo sempre. Fazes falta
aos da velha guarda. Quando, para vós, éramos o centro de tudo…
Berlim, 4 de Março de 2018
19h34m
Jlmg
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