quarta-feira, 16 de março de 2016

um rio de sons...

Um rio de sons...

Escorre suave e leve,
desde o cimo do monte,
um fio tão fino
de água nascente.

Lava as pedrinhas,
expondo-as ao sol e ao ar.
De espuma, se cobrem as ervas.
E há peixinhos bébés
se banhando ao léu.

Pássaros bravios saltitam nas margens.
Procuram as larvas que vieram beber.

E o rio correndo,
Vai engrossando a voz.
Parece uma cobra calada,
deslizando incessante.

As sombras das árvores
se miram vaidosas
no espelho do rio.

Até as raízes se banham despidas,
indiferentes aos olhos sedentos.

E o fio de água dormente
avança e avança.
Fugindo do sol.
Arfa e arfa.
Nunca mais lhe chega a hora esperada
Daquele descanso sem fim
Nas águas profundas do mar...

ouvindo a mestria de Artur Rubinstein tocando Os 19 "Nocturnos " de Chopin como só ele sabe...

Bar "caracol" em Mafra 16 de Março de 2016
16h16m

JLMG
Joaquim Luís Mendes Gomes


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