Escorre suave e leve,
desde o cimo do monte,
um fio tão fino
de água nascente.
Lava as pedrinhas,
expondo-as ao sol e ao ar.
De espuma, se cobrem as ervas.
E há peixinhos bébés
se banhando ao léu.
Pássaros bravios saltitam nas margens.
Procuram as larvas que vieram beber.
E o rio correndo,
Vai engrossando a voz.
Parece uma cobra calada,
deslizando incessante.
As sombras das árvores
se miram vaidosas
no espelho do rio.
Até as raízes se banham despidas,
indiferentes aos olhos sedentos.
E o fio de água dormente
avança e avança.
Fugindo do sol.
Arfa e arfa.
Nunca mais lhe chega a hora esperada
Daquele descanso sem fim
Nas águas profundas do mar...
ouvindo a mestria de Artur Rubinstein tocando Os 19 "Nocturnos " de Chopin como só ele sabe...
Bar "caracol" em Mafra 16 de Março de 2016
16h16m
JLMG
Joaquim Luís Mendes Gomes
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