quinta-feira, 17 de março de 2016

comboio do tempo...

Comboio do tempo...

Me sento cada manhã,
frente a esta janela do bar,
vendo o comboio do tempo
a passar.

Viagem de ida sem volta.
Nem pediu a ninguém para entrar.

Nele viajam amigos sem conta
nem hora marcada.
Ninguém sabe o destino.
Sabem que o comboio não pára.
Se pobre, se rico, se novo, se velho,
A todos, à vez, a porta se abre de vez.

Sem bandeira nem história.
Avança, correndo na estrada.
Indiferente.
Velocidade constante.

Há diversões. Emoções.
Dão para esquecer.
Parece sem fim.
Como se fosse para ficar.

Às duas por três,
Quando menos se espera.
Sem avisar.
Chega uma ordem.
Pegar ou largar.
Fecharam as contas.
Mais um que partiu.
Agora de vez.
E eu aqui vou.
Minha hora e a tua
Também hão-de chegar...

ouvindo "Os Nocturnos" de Chopin

Bar "Caracol", arredores de Mafra, 17 de Março de 2016

JLmg
Joaquim Luís Mendes Gomes




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